quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A Igreja esqueceu!

Eu pesnsei em começar esse artigo com uma declaração. No entanto, decidir começar meu texto com uma declaração.

Por causa da ação de um grupo extremista, os crentes estão com a mania de dizer que tem uma perseguição global ao cristianismo. Mas senhores, NUNCA DEIXOU DE TER! A única diferença, é que a Igreja moderna esqueceu, o que a Igreja primitiva deu a vida para não perder,

Isto posto, vou pontuar algumas coisas que considero vitais para a Igreja, que os crentes modernos esqueceram. E por esqueceram entenda-se também abandonaram. A Igreja brasileira esqueceu:

Em primeiro lugar, esquecemos da doutrina. Em alguma momento da história, a igreja moderna achou que tinha o direito de fazer livre interpretação das Escrituras. Além de ser esse ato de um narcisismo maligno, é uma erro histórico, uma detrupação do que lutero ensinou, haja visto que ele era militante em defesa do livre exame, que tinha como alvo a bíblia em lingua vernacula para que os crentes podessem ler e se livrar do peso das heresias papistas e não que qualquer um levantasse um papado para si.

Em segundo lugar, esquecemos da praxis. Enquanto os históricos continuam defendendo a boa ortodoxia, os modernos defendem a ortopraxia. O problema é que os dois grupos adoeceram. O primeiro criou um ortopraxia sintetica. Uma forma de conduta onde eles vivem um cristianismo insipto, incolor e inodoro. O segubdo grupo criou uma teologia sem base. Tentou construir uma casa na areia. E mesmo sabendo que o mestre usou esse exemplo como ilustração, continuou forçando a barra. A complicação se faz aqui. Os primeiros são tão pobres quanto os ultimos, e ainda pior, são pobres por que lembram da doutrina de Atos 2, mas esquecem do partir do pão de Lucas 24. 30,31. Uma coisa não existe sem a outra, mas  ortodoxia morta é coisa do adversário.

Em terceiro lugar, esquecemos do serviço. Muitas vezes a toalha enrolada na cintura é só uma parte da liturgia, e as vezes nem isso é.
Essa semana escutei da boca de uma irmã que foi barrada de entrar no templo sede de sua Igreja, por que é negra, pobre e mora na favela. Isso é o oposto do ensinamento do mestre. Quando vieram saber de Jesus por ordem do Batista, o mestre enfatizou os pobres como alvo da pregação. Além disso, nossos cultos que outrora eram mais fervorosos e ludicos, se tornaram um show. Culto feito para atrair pecadores e não para confronta-los. Igrejas que em nome do "atrair as multidões" perderam sua identidade doutrinaria e liturgica. Só uma frase em tom de desabafo: as pessoas não são justificativa abrir mão da doutrina.

Em quarto lugar, a Escritura. Ta preparado para ler o que vem agora?
Então lá vai. Quem foi o discipulo de Judas Iscariotes, filho da perdição, servo do decaido que disse pra um meia duzia de blasfemos que a graça anulou a lei? Que conversa é essa? Será que esse homens nunca pararam para pensar que o fim da lei, nos dois sentidos é Cristo? E que o fato dele ter cumprido a lei deixa claro que a lei não foi estabelecida por Deus para ser anulada pela Cruz? E isso é assim, o pior não é existir quem ensine e quem aprenda essas coisas. Mas é quem deixe a fé verdadeira para seguir esses hereges.

Tem mais. Por que paramos de gastar tempo com as Escrituras? Por que aceitamos esse fest food no pulpito? Quando Paulo chamou Timóteo na segunda carta, II Tm 4.2, que ele pregasse a palavra. Não foi pedido a ele que estudasse as Escrituras e dissesse o que ele achava, mas o que a Escritura achava. Esse é o imperativo. Pregue a palavra. Essa é uma boa hora de traduzir esquecer por abandonar.

Em quinto lugar, esquecemos o corpo e o sangue. Eu tenho 28 anos de idade. Não obstante, me atrevo a dizer que sou de uma época onde os pastores reservavam seu melhor terno para o dia da Santa Ceia. Hoje.....até pode ser Ceia, mas tem lugar que deixou de ser Santa faz tempo. Não tem boa música, a pregação que deveria ser sobre a obra de Cristo se tornou algo que não tem mais. Sei de Igrejas onde o Pastor ministra a Ceia de boné e regata. Lembrei-me do saudoso Dom Robinson Cavalcanti que certa feite me fez lembrar que a mesa nem era Batista nem era Anglicana, era do Senhor....

Em sexto lugar, por que se eu não terminar vai virar um livro, esquecemos da Cruz. Esquecemos da Cruz.

Sem palavras e com tristeza no coração,
Samuel Alves
O Pregador

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