quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

E vocês ainda dizem que esse Papa não é pop ?


Seguido por câmeras, Bento 16 terá despedida em estilo 'Big Brother'

Bento 16, o primeiro papa a abrir uma conta de Twitter, será também marcado como o primeiro líder da Igreja Católica a ter seus momentos finais de pontificado transmitidos ao vivo para o mundo, nesta quinta-feira.
O Centro de TV do Vaticano (CTV) pretende registrar as horas finais de Bento 16 como papa com um total de 26 câmeras, que o seguirão pelo Palácio Apostólico do Vaticano até ele embarcar em um helicóptero, às 17h locais (13h de Brasília) em direção a Castel Gandolfo, a residência de verão dos papas.
Em Castel Gandolfo, Bento 16, o primeiro pontífice a renunciar ao cargo em quase seis séculos, fará uma última saudação aos fiéis a partir de uma janela antes de deixar oficialmente o posto, às 20h (16h de Brasília).
'Pretendemos registrar esses momentos respeitando a pessoa do papa e informando aos fiéis que querem apoiar Bento 16 num momento tão importante como esse', afirmou o monsenhor Dario Edoardo Viganó, diretor da CTV.
A superexposição de Bento 16 em seus últimos momentos como papa deve contrastar com o recolhimento pretendido por ele a partir da sexta-feira, já como 'papa emérito' Bento 16.
Após dois meses em Castel Gandolfo, Bento 16 deverá se mudar definitivamente para um convento dentro dos jardins do Vaticano, onde pretende, em suas palavras, viver uma vida de orações e estudos, longe dos olhos do mundo.
Despedida dos cardeais
Pela manhã desta quinta-feira, ainda no Vaticano, o papa deve se despedir oficialmente dos cardeais presentes em Roma.
Espera-se que, entre os temas do encontro, esteja o conteúdo do relatório confidencial sobre os documentos vazados do Vaticano no ano passado. O relatório, preparado por três cardeais, foi entregue a Bento 16 na segunda-feira.
Segundo a mídia italiana, os documentos indicariam disputas de poder dentro da Cúria Romana, além de possíveis escândalos de corrupção e sexuais. O conteúdo do relatório não foi divulgado oficialmente.
Muitos analistas consideram também que o relatório poderá influenciar a escolha do próximo pontífice, esperada para se iniciar por volta do dia 10 de março no conclave formado pelos cardeais com menos de 80 anos.
Há 117 cardeais com direito a participar do conclave, mas dois já anunciaram sua abstenção - o escocês Keith O'Brien, que renunciou na segunda-feira ao cargo de arcebispo de St. Andrews e Edimburgo após ser acusado de 'atos impróprios' contra padres nos anos 1980, e o cardeal Julius Darmaatmadja, chefe da Igreja Católica na Indonésia, que alegou problemas de visão.
Entre os cardeais eleitores estão cinco brasileiros - dom Cláudio Hummes, de 78 anos, ex-arcebispo de São Paulo e atual prefeito emérito da Congregação para o Clero, dom Geraldo Majella Agnelo, de 79, arcebispo emérito de Salvador, dom Odilo Scherer, de 63, arcebispo de São Paulo, dom Raymundo Damasceno Assis, de 76, arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e dom João Braz de Aviz, de 64, ex-arcebispo de Brasília.
Dom Odilo Scherer é apontado em várias listas como um dos possíveis candidatos a se tornar papa, assim como, em menor grau, dom João Braz de Aviz, que vive em Roma e é o atual prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Cosagrada e Sociedades da Vida Apostólica.
Última audiência pública
Na manhã da quarta-feira, Bento 16 participou de seu último grande evento público, no Vaticano. Diante de uma Praça de São Pedro lotada, ele saudou os fiéis a bordo de seu papamóvel antes de proferir um discurso e saudações em várias línguas, incluindo o português.
No discurso de sua última audiência geral, Bento 16 expressou gratidão pelos mais de oito anos de seu pontificado, mas admitiu que enfrentou 'águas agitadas' durante o período.
Bento 16 afirmou que seu papado foi um 'fardo pesado', mas que foi guiado por Deus e sentiu sua presença 'todos os dias'.
'Senti-me como São Pedro com seus apóstolos no Mar da Galileia', afirmou o papa, em referência a uma história bíblica em que Jesus Cristo teria aparecido para discípulos nesse local.
'Houve momentos nos quais os mares estavam revoltos, os ventos sopravam contra nós e parecia que o Senhor estava dormindo', disse.
Ao analisar o discurso do papa, o cardeal brasileiro dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, afirmou que Bento 16 'falou com o coração, com emoção, embora não deixe extravasar muito isso'.

Meus queridos leitores, essa provavelmente é a penultima das nossas postagens sobre a renuncia do Papa. Depois nós vamos falar do Ato da renuncia e vamos fazer também algumas abordagens teologicas, sobre os fatos concretos acerca da Igreja como estão claramente expostos nas Escrituras Sagradas.

P.S. Essa reportagem está no site da BBC Brasil.

Em Cristo

Samuel Alves, O Pregador

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Entrevista de Leonardo Boff, sobre renuncia de bento XVI


Meus caros e corajosos leitores segue a entrevista de Leonardo Boff, na integra, a Folha de São Paulo. Perceba a informação passado por este ex teólogo Católico, que foi amigo deste Papa que renunciou ao trono Petrino.
A entrevista de Leonardo Boff sobre Bento XVI que a Folha não publicou
Dei generosamente uma entrevista à Folha de São Paulo que quase não aproveitou nada do que disse e escrevi. Então publico a entrevista inteira a seguir para reflexão e discussão entre os interessados pelas coisas da Igreja Católica. As perguntas foram reordenadas. (Leonardo Boff)

1.Como o Sr. recebeu a renúncia de Bento XVI?
Eu desde o principio sentia muita pena dele, pois pelo que o conhecia, especialmente em sua timidez, imaginava o esforço que devia fazer para saudar o povo, abraçar pessoas, beijar crianças. Eu tinha certeza de que um dia ele, aproveitaria alguma ocasião sensata, como os limites físicos de sua saúde e menor vigor mental para renunciar. Embora mostrou-se um Papa autoritário, não era apegado ao cargo de Papa. Eu fiquei aliviado porque a Igreja está sem liderança espiritual que suscite esperança e ânimo. Precisamos de um outro perfil de Papa mais pastor que professor, não um homem da instituição-Igreja mas um representante de Jesus que disse: “se alguém vem a mim eu não mandarei embora” (Evangelho de João 6,37), podia ser um homoafetivo, uma prostituta, um transsexual.

2. Como é a personalidade de Bento XVI já que o Sr. privou de certa amizade com ele?
Conheci Bento XVI nos meus anos de estudo na Alemanha entre 1965-1970. Ouvi muitas conferências dele mas não fui aluno dele. Ele leu minha tese doutoral: O lugar da Igreja no mudo secularizado” e gostou muito a ponto de achar uma editora para publicá-la, um calhamaço de mais de 500 pp. Depois trabalhamos juntos na revista internacional Concilium, cujos diretores se reuniam todos os anos na semana de Pentecostes em algum lugar na Europa. Eu a editava em português. Isso entre 1975-1980. Enquanto os outros faziam sesta eu e ele passeávamos e conversávamos temas de teologia, sobre a fé na América Latina, especialmente sobre São Boaventura e Santo Agostinho, do quais é especialista e eu até hoje os frequento a miúde.
Depois em 1984 nos encontramos num momento conflitivo: ele como meu julgador no processo do ex-Santo Ofício, movido contra meu livro Igreja: carisma e poder” (Vozes 1981). Ai tive que sentar na cadeirinha onde Galileo Galilei e Giordano Bruno entre outros sentaram. Submeteu-me a um tempo de “silêncio obsequioso”; tive que deixar a cátedra e proibido de publicar qualquer coisa. Depois disso nunca mais nos encontramos. Como pessoa é finíssimo, tímido e extremamente inteligente.

3. Ele como Cardeal foi o seu Inquisidor depois de ter sido seu amigo: como viu esta situação?
Quando foi nomeado Presidente da Congregação para a Doutrina da Fé(ex-Inquisição) fiquei sumamente feliz. Pensava com meus botões: finalmente teremos um teólogo à frente de uma instituição com a pior fama que se possa imaginar. Quinze dias após me respondeu, agradecendo e disse: vejo que há várias pendências suas aqui na Congregação e temos que resolvê-las logo. É que praticamente cada livro que publicava vinham de Roma perguntas de esclarecimento que eu demorava em responder. Nada vem de Roma sem antes de ter sido enviado a Roma.
Havia aqui bispos conservadores e perseguidores de teólogos da libertação que enviavam as queixas de sua ignorância teológica a Roma a pretexto de que minha teologia poderia fazer mal aos fiéis. Ai eu me dei conta: ele já foi contaminado pelo bacilo romano que faz com que todos os que ai trabalham no Vaticano rapidamente encontram mil razões para serem moderados e até conservadores. Então sim fiquei mais que surpreso, verdadeiramente decepcionado.

4. Como o Sr. recebeu a punição do “silêncio obsequioso”?
Após o interrogatório e a leitura de minha defesa escrita que está como adendo da nova edição de Igreja: charisma e poder (Record 2008) são 13 cardeais que opinam e decidem. Ratzinger é um apenas entre eles. Depois submetem a decisão ao Papa. Creio que ele foi voto vencido porque conhecia outros livros meus de teologia, traduzidos para alemão e me havia dito que tinha gostado deles, até, uma vez, diante do Papa numa audiência em Roma fez uma referência elogiosa. Eu recebi o “silêncio obsequioso” como um cristão ligado à Igreja o faria: calmamente o acolhi. Lembro que disse: “é melhor caminhar com a Igreja que sozinho com minha teologia”. Para mim foi relativamente fácil aceitar a imposição porque a Presidência da CNBB me havia sempre apoiado e dois Cardeais Dom Aloysio Lorscheider e Dom Paulo Evaristo Arns me acompanharam a Roma e depois participaram, numa segunda parte, do diálogo com o Card. Ratzinger e comigo. Ai éramos três contra um. Colocamos algumas vezes o Card Ratzinger em certo constrangimento pois os cardeais brasileiros lhe asseguravam que as críticas contra a teologia da libertação que ele fizera num documento saído recentemente eram eco dos detratores e não uma análise objetiva. E pediram um novo documento positivo; ele acolheu a idéia e realmente o fez dois anos após. E até pediram a mim e ao meu irmão teólogo Clodovis que estava em Roma que escrevêssemos um esquema e o entregássemos na Sagrada Congregação. E num dia e numa noite o fizemos e o entregamos.

5. O Sr deixou a Igreja em 1992. Guardou alguma mágoa de todo o affaire no Vaticano?
Eu nunca deixei a Igreja. Deixei uma função dentro dela que é de padre. Continuei como teólogo e professor de teologia em várias cátedras aqui e fora do pais. Quem entende a lógica de um sistema autoritário e fechado, que pouco se abre ao mundo, não cultiva o diálogo e a troca (os sistemas vivos vivem na medida em que se abrem e trocam) sabe que, se alguém, como eu, não se alinhar totalmente a tal sistema, será vigiado, controlado e eventualmente punido. É semelhante aos regime de segurança nacional que temos conhecido na A.Latina sob os regimes militares no Brasil, na Argentina, no Chile e no Uruguai. Dentro desta lógica o então Presidente da Congregação da Doutrina da Fé (ex-Santo Oficio, ex-Inquisição), o Card. J. Ratzinger condenou, silenciou, depôs de cátedra ou transferiu mais de cem teólogos. Do Brasil fomos dois: a teóloga Ivone Gebara e eu. Em razão de entender a referida lógica, e lamentá-la, sei que eles estão condenados fazer o que fazem na maior das boas vontades. Mas como dizia Blaise Pascal:”Nunca se faz tão perfeitamente o mal como quando se faz de boa vontade”. Só que esta boa-vontade não é boa, pois cria vítimas. Não guardo nenhuma mágoa ou ressentimento pois exerci compaixão e misericórdia por aqueles que se movem dentro daquela lógica que, a meu ver, está a quilômetros luz da prática de Jesus. Aliás é coisa do século passado, já passado. E evito voltar a isso.

6. Como o Sr. avalia o pontificado de Bento XVI? Soube gerenciar as crises internas e externas da Igreja?
Bento XVI foi um eminente teólogo mas um Papa frustrado. Não tinha o carisma de direção e de animação da comunidade, como tinha João Paulo II. Infelizmente ele será estigmatizado, de forma reducionista, como o Papa onde grassaram os pedófilos, onde os homoafetivos não tiveram reconhecimento e as mulheres foram humilhadas como nos USA negando o direito de cidadania a uma teologia feita a partir do gênero. E também entrará na história como o Papa que censurou pesadamente a Teologia da Libertação, interpretada à luz de seus detratores, e não à luz das práticas pastorais e libertadoras de bispos, padres, teólogos, religiosos/as e leigos que fizeram uma séria opção pelos pobres contra a pobreza e a favor da vida e da liberdade. Por esta causa justa e nobre foram incompreendidos por seus irmãos de fé, e muitos deles presos, torturados e mortos pelos órgãos de segurança do Estado militar. Entre eles estavam bispos como Dom Angelelli da Argentina e Dom Oscar Romero de El Salvador. Dom Helder foi o mártir que não mataram. Mas a Igreja é maior que seus papas e ela continuará, entre sombras e luzes, a prestar um serviço à humanidade, no sentido de manter viva a memória de Jesus, de oferecer uma fonte possível de sentido de vida que vai para além desta vida. Hoje sabemos pelo Vatileaks que dentro da Cúria romana se trava uma feroz disputa de poder, especialmente entre o atual Secretário de Estado Bertone e o ex-secretário Sodano já emérito. Ambos tem seus aliados. Bertone, aproveitando as limitações do Papa, construiu praticamente um governo paralelo. Os escândalos de vazamento de documentos secretos da mesa do Papa e do Banco do Vaticano, usado pelos milionários italianos,alguns da mafia, para lavar dinheiro e mandá-lo para fora, abalaram muito o Papa. Ele foi se isolando cada vez mais. Sua renúncia se deve aos limites da idade e das enfermidades mas agravadas por estas crises internas que o enfraqueceram e que ele não soube ou não pode atalhar a tempo.

7. O Papa João XXIII disse que a Igreja não pode virar um museu mas uma casa com janelas e portas abertas. O Sr. acha que Bento XVI não tentou transfomar a Igreja novamente em algo como um museu?
Bento XVI é um nostálgico da síntese medieval. Ele reintroduziu o latim na missa, escolheu vestimentas de papas renascentistas e de outros tempos passados, manteve os hábitos e os cerimoniais palacianos; para quem iria comungar, oferecia primeiro o anel papal para ser beijado e depois dava a hóstia, coisa que nunca mais se fazia. Sua visão era restauracionista e saudosista de uma síntese entre cultura e fé que existe muito visível em sua terra natal, a Baviera, coisa que ele explicitamente comentava. Quando na Universidade onde ele estudou e eu também, em Munique, viu um cartaz me anunciando como professor visitante para dar aulas sobre as novas fronteiras da teologia da libertação pediu o reitor que protelasse sine dia o convite já acertado. Seus ídolos teológicos são Santo Agostinho e São Boaventura que mantiveram sempre uma desconfiança de tudo o que vinha do mundo, contaminado pelo pecado e necessitado de ser resgatado pela Igreja. É uma das razões que explicam sua oposição à modernidade que a vê sob a ótica do secularism e do relativismo e for a do campo de influência do cristianismo que ajudou a formar a Europa.
 
8. A igreja vai mudar, em sua opinião, a doutrina sobre o uso de preservativos e em geral a moral sexual?

A Igreja deverá manter as suas convicções, algumas que estima irrenunciáveis como a questão do aborto e da não manipulação da vida. Mas deveria renunciar ao status de exclusividade, como se fora a única portadora da verdade. Ele deve se entender dentro do espaço democrático, no qual sua voz se faz ouvir junto com outras vozes. E as respeita e até se dispõe a aprender delas. E quando derrotada em seus pontos de vista, deveria oferecer sua experiência e tradição para melhorar onde puder melhorar e tornar mais leve o peso da existência. No fundo ela precisa ser mais humana, humilde e ter mais fé, no sentido de não ter medo. O que se opõe à fé não é o ateismo, mas o medo. O medo paraliza e isola as pessoas das outras pessoas. A Igreja precisa caminhar junto com a humanidade, porque a humanidade é o verdadeiro Povo de Deus. Ela o mostra mais conscientemente mas não se apropria com exclusividade desta realidade.

9. O que um futuro Papa deveria fazer para evitar a emigração de tantos fiéis para outras igrejas, e especialmente pentecostais?
Bento XVI freou a renovação da Igreja incentivada pelo Concílio Vaticano II. Ele não aceita que na Igreja haja rupturas. Assim que preferiu uma visão linear, reforçando a tradição. Ocorre que a tradição a partir do século XVIII e XIX se opôs a todas as conquistas modernas, da democracia, da liberdade religiosa e outros direitos.Ele tentou reduzir a Igreja a uma fortaleza contra estas modernidades. E via no Vaticano II o cavalo de Tróia por onde elas poderiam entrar. Não negou o Vaticano II mas o interpretou à luz do Vaticano I que é todo centrado na figura do Papa com poder monárquico, absolutista e infalível. Assim se produziu uma grande centralização de tudo em Roma sob a direção do Papa que, coitado, tem que dirigir uma população católica do tamano da China.Tal opção trouxe grande conflito na Igreja até entre inteiros episcopados como o alemão e frances e contaminou a atmosfera interna da Igreja com suspeitas, criação de grupos, emigração de muitos católicos da comunidade e acusações de relativismo e magistério paralelo. Em outras palavras na Igreja não se vivia mais a fraternidade franca e aberta, um lar espiritual comum a todos. O perfil do próximo Papa, no meu entender, não deveria ser o de um homem do poder e da instituição. Onde há poder inexiste amor e desaparece a misericórdia. Deveria ser um pastor, próximo dos fiéis e de todos os seres humanos, pouco importa a sua situação moral, étnica e política. Deveria tomar como lema a frase de Jesus que já citei anteriormente:”Se alguém vem a mim, eu não o mandarei embora”, pois acolhia a todos, desde uma prostituta como Madalena até um teólogo como Nicodemos.
Não deveria ser um homem do Ocidente que já é visto como um acidente na história. Mas um homem do vasto mundo globalizado sentindo a paixão dos sofredores e o grito da Terra devastada pela voracidade consumista. Não deveria ser um homem de certezas mas alguém que estimulasse a todos a buscarem os melhores caminhos. Logicamente se orientaria pelo Evangelho mas sem espírito proselitista, com a consciência de que o Espírito chega sempre antes do missionário e o Verbo ilumina a todos que vem a este mundo, como diz o evangelista São João. Deveria ser um homem profundamente espiritual e aberto a todos os caminhos religiosos para juntos manterem viva a chama sagrada que existe em cada pessoa: a misteriosa presença de Deus. E por fim, um homem de profunda bondade, no estilo do Papa João XXIII, com ternura para com os humildes e com firmeza profética para denunciar quem promove a exploração e faz da violência e da guerra instrumentos de dominação dos outros e do mundo. Que nas negociações que os cardeais fazem no conclave e nas tensões das tendências, prevaleça um nome com semelhante perfil. Como age o Espírito Santo ai é mistério.Ele não tem outra voz e outra cabeça do que aquela dos cardeais. Que o Espírito não lhes falte.



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Será que vão culpar o Malafaia?



Amados leitores de nosso humilde blog, vocês sabem de nossa campanha em informa-los sobre o que eu chamo de crise em Roma, haja visto que o que está acontecendo no Vaticano é mais que um renuncia de um Papa. Eu encontrei uma noticia bombástica na rede. Eu quero ver se os Homoafetivos vão colocar a culpa no Malafaia.
Um dos mais fortes candidatos a substituir o papa Bento XVI é homofóbico e defende pena de morte para gays
Desde a última segunda-feira (11) em que Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) renunciou ao posto de Papa, em pouco tempo já surgiram alguns nomes que podem sucedê-lo.

Peter Turkson, Cardeal de Gana, é um dos mais fortes candidatos e se for escolhido, se tornará o primeiro papa negro e africano da história.
Mas esse possível sucessor com grandes chances de conquistar o papado já possui um histórico polêmico. De acordo com informações do site “Queerty” ,Turkson seria homofóbico e defenderia a pena de morte para homossexuais em Uganda, um projeto de lei que tramita no Poder Legislativo do país.
Já em entrevista para o site “The Telegraph“, ele diz que é preciso ‘encontrar maneiras de lidar com os desafios da sociedade e da cultura’, acrescentando que a Igreja precisava “evangelizar”, ou converter, os que tinham abraçado “estilos de vida alternativos, tendências ou questões de gênero”. “Nós não podemos falhar em nossa missão de fornecer orientação”, disse.
Outra atitude inexplicável de Peter Turkson foi criticar o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, quando o mesmo pediu que o continente africano acabasse com a criminalização da homossexualidade.


Obs.: irmãos esse texto não é meu. Leiam esse artigo em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/02/candidato-a-substituir-bento-xvi-defende-pena-de-morte-para-gays.html. Esses e outros textos sobre outras questões. É só copiar e colar. Abs

Fides Reformata

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Bento XVI renuncia o pontificado


Meus amados até o dia 28 de fevereiro do corrente, e até um pouco depois disso, quando tivermos um novo Papa, as atenções de nosso blog estarão voltadas para Roma. Que fique evidente que esse acompanhamento é uma questão de informação. Não sou romano, nem nunca fui. Mas sou estudante de História e não posso deixar de me render aos fatos que ocorrem nela.
Minha postagem aqui é o artigo da Folha de São Paulo sobre a ultima Grande missa realizada pelo Papa, missa de cinzas, onde ele denunciou a divisão do Clero, e o que ele chamou de Hipocrisia Religiosa.

Vejamos o artigo.

Papa denuncia divisão no clero e 'hipocrisia religiosa' em última grande missa
Em uma basílica de São Pedro do Vaticano lotada, o papa rezou a missa da Quarta-Feira de Cinzas, que abre a Quaresma, e destacou a importância do testemunho de fé e da vida cristã de cada um dos seguidores de Cristo para mostrar a verdadeira cara da igreja.
O pontífice acrescentou que, no entanto, muitas vezes esse rosto "aparece desfigurado".

"Penso em particular nos atentados contra a unidade da igreja e nas divisões no corpo eclesiástico", afirmou o papa, que acrescentou que é preciso viver a Quaresma de uma maneira intensa, superando "individualismos e rivalidades".
Bento 16 também disse que Jesus denunciou a "hipocrisia religiosa, o comportamento de que buscam o aplauso e a aprovação do público". "O verdadeiro discípulo não serve a si mesmo ou ao público, mas ao Senhor, de maneira singela, simples e generosa", ressaltou o papa, que acrescentou que o testemunho do cristão será mais incisivo quanto menos busque a glória. Em sua segunda aparição pública após o anúncio da renúncia --a primeira foi também hoje, na audiência pública das quartas-feiras--, Bento 16 falou sobre sua decisão e pediu orações pela Igreja. "As circunstâncias sugeriram que nos reunamos em torno do túmulo de São Pedro para pedir pela Igreja neste particular momento, renovando nossa fé em Cristo. Para mim é a ocasião para agradecer a todos quando me disponho a concluir meu Ministério e para lhes pedir que me tenham em suas preces", disse.

'EM PLENA LIBERDADE'
Essas palavras foram a continuação das expressadas durante a audiência pública, nas quais assegurou que decidiu renunciar ao pontificado "em plena liberdade, para o bem da Igreja", e após "ter orado muito" e examinado sua "consciência diante de Deus". O papa acrescentou nesse encontro público que é "ciente" da "importância" do fato, mas também de "não ser capaz de promover o Ministério de Pedro com a força física e o espírito que ele requer". O pontífice reconheceu que estes são dias "nada fáceis" para ele, mas que notou "quase fisicamente a força da prece do amor da Igreja".

QUARESMA
Na homilia da missa da Basílica de São Pedro, Bento XVI disse também que a Quaresma é um tempo de conversão, e exortou os fiéis a "retornar a Deus", afirmando que esse retorno se tornará realidade quando a graça do Senhor entrar nos homens e cortar seus corações.O bispo de Roma reiterou as práticas tradicionais da esmola, o jejum e a prece neste tempo de Quaresma como caminhos para retornar a Cristo.
Após a homilia, o cardeal Angelo Comastri, arcipreste da basílica de São Pedro, impôs as cinzas ao papa. Depois, Bento 16 as impôs a ele, ao secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone; ao cardeal decano, Angelo Sodano, e a vários frades. Concluída a missa, Bertone expressou a Bento 16 a "tristeza" da igreja por sua renúncia ao pontificado, uma decisão, disse, que demonstra "sua pureza de coração, sua humildade, docilidade e coragem".
"Não seríamos sinceros se não lhe disséssemos que hoje há um véu de tristeza em nossos corações", disse Bertone, que ressaltou que este ato revela que "a pureza de mente, a fé forte e exigente, a força da humildade e docilidade, junto com uma grande coragem marcaram cada passagem de sua vida e de seu ministério". Após as palavras de Bertone, o papa, comovido, foi amplamente aplaudido por vários minutos. Bento 16 se retirará no próximo domingo durante uma semana para exercícios espirituais, que terminarão no dia 23. Durante esse período, o papa não vai realizar atos públicos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bento XVI renuncia o pontificado.


Esperaria qualquer noticia em plena segunda feira de carnaval. Mas nunca imaginaria que em vida iria ver em menos de um década de pontificado um papa renunciar. Confesso a vocês que estou pasmo com a noticia. Como não posso ir ao vaticano, nem ouvir algum Cardeal sobre o ocorrido, vai a carta do próprio Bento XVI, que com todo respeito eu preferia o seu nome de Cardeal.

"Queridíssimos irmãos,

Convoquei-os a este Consistório, não só para as três causas de canonização, mas também para comunicar-vos uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.
Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino. Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando.

No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.

Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, desde 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Queridíssimos irmãos, lhes dou as graças de coração por todo o amor e o trabalho com que levastes junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.

Agora, confiamos à Igreja o cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista com sua materna bondade os Cardeais a escolherem o novo Sumo Pontífice. Quanto ao que diz respeito a mim, também no futuro, gostaria de servir de todo coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.”

Como eu ainda estou sem palavras, deixarei para comentar depois de melhor me informar sobre prós e contras.

Obs.: Fique claro que eu sou Reformado, Evangelico Protestante, Calvinista, e digo que isso não nos afeta em nada. Nossa autoridade está nas ESCRITURAS e EM CRISTO.

Abs. Samuel Alves, O Pregador

SOLUS CHRISTUS SOLA SCRIPTURA. 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Palavra Pastoral. Pr Andre Holanda

Amados: quando por ocasião da reportagem da Veja de São Paulo, que nós publicamos aqui, eu queria falar alguma coisa mais não achei a resposta certa. Para não incorrer em falar besteira, tentei dizer alguma coisa que fizesse sentido de verdade. Hoje, 09/02/2013, em pleno carnaval, encontrei no FB uma resposta dada pelo meu amigo Pr. Andre Holanda, que é pastor Batista aqui em Recife, Pernambuco.

Segue a palavra pastoral do servo do Senhor.

"É trágico que nas igrejas as pessoas rapidamente se cansem quando um estudo, homilia ou mensagem bíblica ultrapassam os 30 minutos. É esperado pelos ouvintes que o pregador opere o grande milagre de expor as verdades da Palavra de Deus entre 20 e, no máximo, 30 minutos. Mais do que isso é falta de bom senso! Como professor há 17 anos em instituições de ensino superior, percebo a tragédia que isso representa para o futuro do cristianismo a curto, médio e longo prazos. 


Na quase totalidade das igrejas, o período de tempo destinado ao estudo da Palavra de Deus e à pregação na igreja é em muito inferior aos padrões de ensino do mundo secular.
Ali, apenas uma aula de colégio ou universidade dura o mínimo de 50 minutos. Mesmo assim, no mundo secular, devido ao entendimento que dificilmente um professor conseguiria expor seu assunto do dia de forma satisfatória em 50 minutos, e desejando que seus alunos recebam o melhor preparo possível, colégios e universidades geminam as aulas. Por exemplo, Introdução à filosofia (das 13h às 14.40h nas 2as e 5as). Quase 4 horas semanais de um mesmo assunto. E os alunos assistem às aulas expositivas com atenção, anotam, às vezes perguntam, etc.


No mestrado e doutorado, as aulas funcionam, via de regra, num mesmo dia para cada matéria. São 4 aulas expositivas seguidas da mesma disciplina (por exemplo, das 8.30h às 12.30h). E os alunos assistem atentamente, anotam, indagam, etc.


A lógica das instituições de ensino é que, mesmo pra quem já é graduado, esse preparo adicional para a pesquisa é importante. Mas, quando se trata de estudar e aprender do Livro dos livros - a Palavra de Deus - nas igrejas, mais do que 20 minutos se torna cansativo. 30 minutos parece o limite do bom senso. Mais do que isso se torna um desrespeito ao auditório por parte do pregador. 


E os nossos ouvintes cristãos pós-modernos se perguntam: Será que ele pensa que a gente não tem o que fazer? Ele não sabe que estamos todos apressados para chegar em casa? Será que ele não entende que os tempos mudaram? Desse jeito esta igreja vai perder membros! Os nossos "clientes" frequentadores reclamam (e muito!). E, se demorou mais do que gostariam, eles se desligam mentalmente. Mas, converse com os mesmos membros das igrejas que são professores e professoras. Eles conseguem dar uma boa aula, dar conta do conteúdo proposto, formar o aluno, em 30 minutos? Claro que não! Eles e suas escolas sabem muito bem disso !


Ao longo de quase duas décadas de docência, vejo hoje que esse critério só vale mesmo quando se trata da pregação e do ensino da Palavra de Deus. Quanto ao ensino de qualquer outra coisa, as escolas continuam as mesmas, os cursos formas, informais e de capacitação continuam os mesmos, os cursos de graduação e pós não reduzem suas aulas - continuam os mesmos.


Este critério só vale quando chega aquela magra horinha semanal reservada para a Palavra de Deus. Não me admira o contraste atual que há entre os cristãos nanicos e esquálidos dentro (e fora!) das igrejas; e a robustez e pujança das mentes que empreendem em prol da vida e da intelectualidade secular. Há dois mil anos o nosso Senhor profetizou: "Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na terra?" (Lc 18.8). Isso não se aplica apenas aos não religiosos. É hora do povo de Deus rever suas prioridades. É hora de acordar para o que mais importa; para a melhor parte que nunca nos será tirada. Não é possível que na vida material tenhamos conhecimento nota 10 e na vida espiritual nosso conhecimento da palavra de Deus seja quase zero. Não é possível continuar tão cego! 

Chegou a hora de urgentemente reservar um tempo muito maior para aprender com a pregação e o estudo da Palavra de Deus nas igrejas se quisermos renovação de mentes e verdadeira saúde espiritual entre o nosso povo."


Irmãos, o texto está entre aspas por uma questão didática, mas expressa a razão pela qual homens despreparados, com pensamentos malignos e de caráter réprobo tem subido aos Púlpitos para fazer da Igreja uma fonte de renda e não aquilo que devem fazer: "apascentar o rebanho de Deus que está entre vós". Isso que vocês acabaram de ler é uma das causas desse ANALFABETISMO BÍBLICO.

Que o Deus de toda graça tenha misericórdia de nós. 

SOLA SCRIPTURA!